quinta-feira, 28 de junho de 2012

Amor Sanguinário

Essa noite eu saí atrás das sensações.
À míngua do enfado, me vejo prestes a expulsar do meu corpo
Um coração que me parece um intruso,
Já não reconheço o que de fato quero...
E quanto ao vento...
O vento, aparentemente raivoso, me amedronta.
O frio de uma noite solitária me toma o chão,
E o devolve em crateras.
Sentada numa cela a cavalgar como um arqueiro
Que precisa fugir do inimigo,
Assim, eu também corro na pressa de fugir de mim mesma.
O vento que me toma a face tem o gosto amargo da solidão...
Do vazio da despedida.
O cheiro da mata verde que outrora me remetia a infância,
Agora exala um odor podre;
Um cheiro de amor puro.
Quantas noites vim te visitar?
-não. Não responda.
Não quero pedidos de perdão
Não quero falsas promessas
Nem juras incessantes e torpes.
As ruas vazias me lembram de ti,
As arvores tomando os lugares das casas e das pessoas
Também te trazem a minha mente.
Podre como carniça é o que sinto...
Essa rasga mortalha me devora,
Esse silencio me ensurdece
E a tua ausência é como pregos e vidros enfiados em meus olhos.
Direi adeus a tudo, uivarei a noite toda por teu nome...
E se não vieres até o amanhecer
Despertarei para a eternidade!

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