sexta-feira, 27 de abril de 2012

Respostas de um Delírio *

Delirastes de imaginar o meu beijo e eu teu calor,
Imagina se a imaginação tornasse palpável
O que há muito em meu interior, é um querer
Que apesar de se querer, não o devia assim ser.
E por que se quer o que não se pode
E se pode o que não se quer?
É... Não o devia mesmo, assim ser!
E se em um ínfimo momento,
Esses inócuos sentimentos
Te trouxessem pra perto de mim?
A atração permaneceria
E dos meus dias solitários arrancarias a nostalgia?
Ou nas entranhas do desejar o indesejável
O medo e o preconceito surgiriam
Incapacitando um possível, provável prazer?
Não sei! Tudo o que sei:
É que do meu próprio pré-conceito
Nasce um preconceito
Que conceitua esse desejar.
Desejo-te, porque não posso.
E por não podê-lo, muito mais te quero.
E se em minha boca deitaria teu beijo,
Eu desencanaria do medo
E em teu colo, beijaria meu abraço.
Mas... Como deveras magoada
A imaginação rompeu-se
E cá estou já acordada.
Volto a tê-lo como amigo!

Negão Faceiro...


Teu sorriso quase me rouba a alma, teu olhar por pouco não me despiu por inteira.
Sem graça, calei meus olhos, boca e nariz.

Deixei que simplesmente meus ouvidos, ouvissem a perfeita melodia que teus lábios expulsavam em um sonoro:
-tudo bem?

Uni a melanina do teu corpo e o teu jeito faceiro e descobri um negão carioca, cheio de atrativos...

Me perdi entre teus lábio sorridentes e tuas mãos que brincavam com as cordas de um cavaquinho. 

Do encanto, parti num vôo sem escala e conexão!

Sem pensar duas vezes, ignorei o mundo ao meu redor e caí em teus braços...

O cavaquinho abandonando o choro parecia cantar pra nós dois... Ao seu som nos beijamos... Nos despimos e nos vestimos um milhão de vezes.

Caímos na tentação dos nossos corpos suados na dança a que brincávamos, o suor nos excitava e 
incitava a muito mais.

Balançávamos e gemíamos ao ritmo daquelas cordas. E no ápice, no melhor da brincadeira!

Ah! Maldita plateia...

Eles aplaudindo teu espetáculo!


E eu?

Despertando de um sonho

Manuseada...




Me julgam pelo que escrevo, na verdade eu sinto medo.
Mas por algum motivo que desconheço
Eu não escolho as palavras, elas brincam comigo!
Com lápis e papel na mão
Me sinto a beira de um abismo
Mas o que posso fazer? A elas não digo, não!
Se do mar a simplicidade, dos olhos me resta a sinceridade.
Se a moça bonita passa, com um laço de fita,
Arregalo os olhos e a ela escrevo uma bela poesia.
Se a lua derrama seu brilho no beijo apaixonado, seguido do arrepio;
Que faço, se não transcrever as palavras que me procuram?
Quem escreve sabe, que as palavras aparecem quando bem querem.
Quem ama sabe, que o amor só surge quando não se espera!
Mas só quem vive sabe, que de fato a vida segue, os poemas surgem,
Os amores ficam e as paixões?


ah as paixões...
Sobre elas aprendi hoje!
Elas vem, na mesma medida em que vão.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

As cores da minha Saudade!

Eu nunca vi interrogação tão grande e tão mal resolvida
Se eu fosse um pintor, faria da saudade a tela mais colorida
Se ela fosse somente uma cor, me pergunto que cor ela seria
Um tom de azul, céu profundo
A me sugar solitária ao seio do mundo
Um branco limpo e infinito
Enlouquecendo aqui dentro, como em um próprio hospício
A saudade é uma parceira solitária e fugaz
Que caminha a espreita e correndo atrás
De uma fiel companheira, sangria voraz
Saudade, saudade, saudade...
Minha companheira nas horas tardias
Gostaria de pintar de um verde, azul-mar
Ou as cores da primavera eu poderia recriar
Dar-lhe um tom cintilante
E deixar pelo menos por um instante
A sua dosagem me embriagar...
A saudade que carrego comigo
É preto, é luta, é medo
A viúva negra a companheira eternamente ausente
O passado ainda presente
A lembrança constante,
O afago ao frio
O mesmo arrepio apenas na mesma recordação
A saudade que carrego comigo é como o preto
A ausência das cores que guardo no peito.
Kassia Modesto...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Se te quero!



Se eu digo que te amo,
Vai por mim- não é a toa!
Se eu digo que te quero,
É por que não me serve outra pessoa!
Se te peço que te dispa,
É por que em minha cama só cabe a ti!
Se te pergunto se tu me amas,
É por que em tudo o que eu faça
Eu só penso em te possuir...
Te quero do lado...
Em cima... Em baixo...
Te quero assim:
Louco, tolo, alegre, bobo...
Mas que seja aqui...
Onde te veja, te sinta
Onde eu possa te ouvir!
Tímido ou vulgar,
amante ou amado,
Mansinho ou tarado...
Eu só te quero pra mim.


Kássia Modesto.